terça-feira, 23 de setembro de 2014

Transformei-te

Transformei-te em eterna
E assim como o espírito de liberdade dos pássaros
Você agora não tem mais fim
Virou verso de poesia livre

Agora você faz parte
Do canto de amor dos amantes
Dos olhares que se cruzam para a eternidade

O lirismo agora chama seu nome
Olhar as estrelas é lembrar
Que a elas pertence um pouco de sua poesia

Eternizar-te em minha poesia
Foi antes de tudo te eternizar em mim
Como parte permanente do sensível

Parte permanente de minha sensibilidade
Olhar o mundo tem um principio
Ver-te em cada metro possível
E transformar a cidade de concreto
Numa poesia inteira sem fim.


Pablo Vinícius de Oliveira
21/09/2014

sábado, 20 de setembro de 2014

Saudade é Sol que se põe

Deixei meu lugar
O seio de minha mãe
Os olhos atentos de meu avô
As risadas e o choro de minha avó

Nas ruas cinzentas
Eu não sabia onde estava
Caminhava sem rumo
Todo dia para o mesmo destino

A saudade foi sombra
Se havia luz, não importava
Sempre no meu encalço

Todo viaduto que eu via
Era ponte sobre o rio seco e morto

De onde eu venho
O sol se põe por trás das casas
Das serras, do mato, da jurema
Sobre o açude.

Tão encantador como sua trilha sonora
Composta por pássaros cantadores

Onde eu estou
Eu mal vejo os pássaros
E o sol se esconde atrás dos prédios

É triste quando o Sol não se põe.


Pablo Vinicius de Oliveira
20/09/2014

domingo, 14 de setembro de 2014

Ocupação

Os espaços internos
São medidos pelas coisas que representam
E pelo que nos fazem sentir

Tenho por exemplo meu peito
Que agora é um latifúndio inteiro
Pedindo por ocupação

Grande área sem produção
E eu me questiono:
Onde está a reforma dos lugares vazios?


Pablo Vinícius de Oliveira
13/09/2014