sábado, 23 de maio de 2015

Rabiscos XLIX

Das poucas coisas que sei
a que tenho mais certeza
é que não consigo ficar longe de você.



Pablo Vinícius de Oliveira
23/05/2015

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O nome da poesia

Quando termino um poema
sempre caio em um grande problema:
que título deve levar aquele escrito?
por vezes não sei e termino
por não dar título algum 

diferente disso
minha maior poesia 
também não tem titulo
tem nome, 
Albéria é o nome dela

Pablo Vinícius de Oliveira 

22/05/2015

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A morte da juventude

De todas os sonhos que um dia tive
poucos cultivei quando enterrei
e fechei com pedras de mármore
a juventude que tinha

das coisas mais belas
que vi quando vivi
ou mesmo quando fechei os olhos
da juventude eu lembro em todas

quando, mesmo sem querer
a enterrei
em sua lapide escrevi
ao menos para lembrar
que um dia me encantei

"levo comigo o que de te sobrou:
tua lembrança."


Pablo Vinícius de Oliveira
20/05/2015

Por inveja

Quão seco é este mundo
que te adoece
te irrita os olhos
tão cheios de chuva e sol
ferve teu corpo
e não serve para te prazer?

Quão cruel é este mundo
que nos separa
nos deixa longe
no primeiro mês de estrada
e me põe uma barreira na razão

Por pura inveja
o mundo te adoeceu
quis impedir que fossemos
o contra ponto a tanta guerra e miséria.

Mas se me distancio do teu corpo
levo com você minha alma
e pinto de cor e lirismo
as vias cinzas por onde passo.


Pablo Vinícius de Oliveira
16/05/2015

Rabiscos XLVIII

A noite quando juntos
chovemos
inundam-me os dedos


Pablo Vinícius de Oliveira
11/05/2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Uma rosa nunca é só uma rosa

Uma rosa nunca é só uma rosa
não se ela é dada por um poeta
e principalmente se quem a recebe
for toda poesia
Ela carrega em suas pétalas vermelhas
o que não é dito por palavras
as entrelinhas do poema
o que é expresso no olhar
quando os olhos se cruzam
A rosa é o sentido dos astros
talvez numa destas estrelas seja teu lar
por isso deito sob a noite
a ver a constelação do teu sorriso
meu contrato de responsabilidade
e minha volta garantida
já que criamos laços em nós

Uma rosa nunca é só uma rosa
não quando o poeta a dar a sua musa.



Pablo Vinícius de Oliveira
10/05/2015

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Exagero

Se com você fui só exagero
é porque é isso que sei ser de melhor

exagerado

talvez abrisse oceanos
se isso poderes fosse

mas tudo que consigo abrir
é uma porta quando não esqueço a chave
ou meu coração afoito e louco
para você fazer morada

contudo, perdoe-me a insensatez
o desequilíbrio que me faz cair da vida
os passos tortos que dei
no caminho de te encontrar

perdoe este jovem que não aprendeu a sentir

mas que quis dizer aos ventos
que achou motivo para sorrir


Pablo Vinícius de Oliveira
05/05/2015

terça-feira, 5 de maio de 2015

Desvendar

Quando meu corpo atinge o verão
É sinal de que próximo estou
De lavar minhas mãos
Em tuas nascentes

De lá por entre as tuas clareiras
Eu mesmo traço o caminho do rio
Contando de norte a sul as terras que desvendo

Atravesso as pontes
E dos teus montes
Vejo o céu do desejo

No final de minha jornada
Quando no ápice do caminho percorrido
Eu encontro os sons da volúpia

Em um momento divino
Meus dedos contornam os limites do céu e da terra
Tocando como que de perto
Os horizontes das terras descobertas


Pablo Vinícius de Oliveira
30/04/2015

O mar não descansa.

Há mar
e ele não tira folga
é um trabalhador sem férias
imensidão incansável
constante ir e vir

Teus olhos
são imensidão sem fim
são faróis a beira mar a brilhar
e chamam e direcionam
o meu olhar na tua
direção  

Se há mar
ele não cansa
me pega e balança
me joga de lá para cá
o barco em que navego
ancorei no teu sorriso
e fiz morada

foi nas tuas ondas
que perdi minha direção
na infinitude do mar dos teus olhos
eu mergulhei de antemão

não precisei voltar
de ninguém para ser salvo
e se o mar gigante não descansa
por que eu na minha insignificância
tiraria meus olhos do infinito
dos teus?


Pablo Vinícius de Oliveira
Albéria Claudino
25/04/2015