segunda-feira, 30 de junho de 2014

Rabiscos XV

Enquanto todo o resto é silêncio
Te vejo
E em mim a banda toca.


Pablo Vinícius de Oliveira
26/06/2014

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Que eu me perdoe...

Nesta vida
Por chegar na hora errada
Perdê-la por inocência e covardia
Por me esconder demais e sumir de sua vista
Por te observar de longe
Como se só tua imagem fosse meu acalanto
Ser um telespectador
Um amante da beleza de suas formas
Por ser um fã da luz que ilumina teu rosto
E do vento que leva e bagunça teu cabelo

Que eu me perdoe
Por ser bobo
Por achar que as músicas contam nossa historia
Que eu criei sozinho quando o frio me pedia teu corpo
Por sentir saudade
Da sua presença que nunca passou de falta
Por escrever poemas psicóticos, como este, a noite toda
Na esperança que eles não se calem
Nesta folha de papel

Que eu me perdoe
Por me perder sozinho
Quando teus braços são
Meu lugar de liberdade.



Pablo Vinícius de Oliveira
26/06/2014

terça-feira, 24 de junho de 2014

Não volta

Não, as coisas não voltam
Elas são enquanto permanecem
Mas elas não voltam

Se vão

A oportunidade se vai
A fumaça do cigarro se vai
Não, elas não voltam

Esqueça isso
Esqueça o que não foi escolhido
O que ficou não volta
Nós não voltamos
O rio segue seu curso apenas para frente

Assim como as palavras
Ditas e não ditas não voltam
Como a vida não volta
Como o amor não volta
O amor é sempre novo


Pablo Vinícius de Oliveira
24/06/2014

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Em frente à realidade, carrego uma flor

Bombas atômicas
Risco de guerra eminente
Bloqueio econômico à República de Cuba
Presos políticos em Guantánamo
Índio sem terra e assassinado
PM que mata pobre e preto
Médico que dorme enquanto paciente morre

Cultura do ódio
Do desprezo
Da discriminação
E do preconceito

Esmola e desigualdade
Injustiça, fome, miséria
Condenado à morte no dia do nascimento
Guerra em nome do deus que mata
Um amor espancado, e jogado
Em qualquer sarjeta suja
Dessas metrópoles de ninguém

No meu coração, carrego uma flor
De esperança. 


Pablo Vinícius de Oliveira
23/06/2014

O frio e a falta de mágica

Esfrego as mãos
Numa tentativa clara
De que em um passe de mágica
Você apareça na minha frente
Ou meu telefone toque
Com a música que escolhi para nós

Nada acontece
Há muito tempo nada acontece
Você não chega
Você não entra por essa porta
Que eu deixo sempre aberta a te esperar

Todos os dias eu penso em fecha-la
Penso em dormir tranquilo
Em descansar a mente
Como a gente descansa o corpo
Depois de um dia inteiro de atividades

Penso em acabar com esse frio
Que chega sem hora
E me faz esfregar as mãos
Tentando aquecer-me
E esquecer-me desta falta.


Pablo Vinícius de Oliveira
23/06/2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Rabiscos XIV

Tenho um mundo para você dar o nome
Mas sempre o apago
Quando chega a hora e você não está.


Pablo Vinícius de Oliveira
20/06/2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A cidade grande

Todo o calor do asfalto
Os carros que passam aos nossos pés
Tentando exceder à velocidade da luz

Olho os prédios enormes
Já se foi o tempo de simplicidade

Diante de toda essa modernidade
Da pressa excessiva
Não há lugar para sentimentos

Às vezes acho ser impossível
Dar dois passos para longe do abismo

Tento segurar algo nas mãos
Mas tudo escorre por entre meus dedos

Arrisco alguns passos nas ruas
Já não existe mais segurança
O que existe de firme é o concreto dos arranha-céus

Por trás daquela janela eu te vejo
E vejo que ainda há esperanças para o amor
Só assim eu caminho tranquilo. 

Pablo Vinícius de Oliveira
16/06/2014


domingo, 15 de junho de 2014

Rabiscos XIII

Por vezes desconfio
Que a existência destes que amam
É pelo fato de desconhecerem que o amor foi extinto
Por medida impopular
Quando inventaram a modernidade.

Entretanto, percebo que sou exceção à regra.


Pablo Vinícius de Oliveira
15/06/2014

terça-feira, 10 de junho de 2014

Rabiscos XII

Que meus poemas clichês
Não sejam tão clichês assim
Aos teus ouvidos.


Pablo Vinícius de Oliveira
10/06/2014

Meu dia e você

O dia amanhece
E o sol começa a entrar pela janela
Penso em você
E teu nome não sai de mim
Teus dedos entrelaçados nos meus
E a gente saindo para ver
Que o dia é tão belo quanto nós dois

Dançaremos ao som da música
Aquela que toca
Quando tocamos os lábios

Aquele teu cheiro no lençol
Me prende a cama
Só tua presença me liberta

Os dias serão líricos
Chico tocará naturalmente
E o nosso amor terá esse jeito manso
Que é só nosso.


Pablo Vinícius de Oliveira
10/06/2014

domingo, 8 de junho de 2014

Clara, a vida

Noite me adormece
Qualquer dor é menor que tua falta
Sobre teus seios a vida
Clara como meus sonhos acordados

Nada que escrevo é suficiente
Talvez isso não deva ser escrito
Já é eterno, antes mesmo de ser

Você é luz, menina
Do teu lado os dias são todos de sol
Mesmo que a tempestade caia sem hora para parar

Só desejo que a vida seja clara
Claríssima

Não me negue a guerra nem a luta
E que eu morra deitado sobre teu peito
Realizado por ter vencido
Morrerei sorrindo
E como último suspiro direi teu nome

Com a alma a reluzir
Por te encontrar
Seremos uma só energia

Meu corpo e o teu unidos
Para todo o infinito
Daquela tarde.


Pablo Vinícius de Oliveira
07/06/2014

sábado, 7 de junho de 2014

Rabiscos XI

A verdade é que não consigo escrever
Pra você uma única palavra
Acho que prefiro sentir
Diferente do que é
Que você está aqui e me olha
Com teus olhos orientais.


Pablo Vinícius de Oliveira
06/06/2014

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Rabiscos X

Se eu me embriagar
Deite-me por aí
No teu colo.


Pablo Vinícius de Oliveira
06/06/2014

Rabiscos IX

É muito distante
Minhas palavras
De tua boca.

Pablo Vinícius de Oliveira
06/06/2014

Rabiscos VIII

Tudo é desencontro
Contudo, em você
Me encontro.

Pablo Vinícius de Oliveira
06/06/2014

Rabiscos VII

Todos os dias quando ponho a cabeça no travesseiro
Eu me pergunto:
Quando a minha vida vai encontrar a tua?
Durmo sempre sem resposta
Sonho sempre com o instante.


Pablo Vinícius de Oliveira
06/06/2014