quarta-feira, 28 de maio de 2014

Viva a pós-modernidade
E esqueçam o amor!


Se eu dormir será que esqueço teu rosto?
Será que ele deixa de habitar
Outros corpos nas ruas
Como se tudo fosse você?
O que pode curar essa minha doença
Onde no múltiplo eu só vejo
O particular que me toca?


Eu sei, isso tudo são coisas inúteis.
Quem se importa com amor
Ou qualquer outro sentimento?
Só vejo melodrama no teatro

Viva a pós-modernidade
E esqueçam o amor!

Talvez se lembrem de mim como o ultimo romântico
Como o último bobo
O último que achou que amor vale mais que a marca da camisa

Viva a pós-modernidade
E esqueçam o amor!

Todo o lirismo acabou...
Comigo.


Pablo Vinícius de Oliveira
28/05/2014

sexta-feira, 23 de maio de 2014

À primeira vista para o infinito

Talvez, penso eu, o nosso amor aconteça
À milésima vista, ou a qualquer vista perdida
Que daremos quando por um momento
Eu puder cruzar de novo o teu caminho

Esse momento não será como hoje
Não será a hora de dizer “tudo bem”
Existirá um silêncio infinito no universo
Os versos das poesias se calarão por um segundo

Não haverá outro caminho a não ser o nosso
E naquele instante sentiremos que o bem venceu
E como nas historias da TV e nos desenhos animados
O amor, com todas as dificuldades, triunfou

Serão tempos só nossos e de nossas historias
Não haverá outras pessoas, outros medos
Não existirá pressão, opressão, vigias
Será livre como deve ser o amor

Musicas tocarão, e nós cantaremos
Em uma só voz desafinada
Pois a mais fantástica melodia
E a mais bela poesia daquele resto de infinito

Seremos nós.

[...]

Pablo Vinícius de Oliveira
23/05/2014

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Tudo que escrevo tem um pouco de você

Tudo que escrevo tem um pouco de você
Tem um pouco das memórias
Em que você está presente

Tem seu Sol
Que brilha em meus pensamentos
Tem um luar
Pois confundo a lua com teus olhos

Em tudo tem tua presença
Tem um pensamento em você
Tem um carinho, um sorriso
Uma vergonha, tem teu jeito doce

Tem teu cabelo que voa
Tem esta distancia toda
Tem teus braços que me guardam
E tem teus olhos que me guiam

E tem principalmente
Tuas palavras
A falta delas
Teus nãos.


Pablo Vinicius de Oliveira
21/05/2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

O sonho e o Sol

Foto: Pablo Vinícius de Oliveira
Eu tenho esses sonhos
Você não sabe,
Mas o por do sol faz parte de mim

No sonho me diziam:
Ele parece ser filho do Sol
E a cada passo dado
Mais perto eu chegava do crepúsculo

Eu entrava no mar de luz

O que isso me faz?
Não sei
Mas agora sei que
O Sol quando se acalma
É também o que me acalma.


Pablo Vinícius de Oliveira
20/05/2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

A necessidade e quando chove I e II.

II

É preciso que chova
Para que amoleça esse coração
Onde o amor só explorou

Que amanheça frio
Para que possamos dormir juntos
Como se fossemos um único corpo
Até perdermos o frio e as horas

É necessário que cresça a vida
E que nós nos permitamos viver
Abandonemos os medos e o passado
E que só exista meu colo e seu colo

É preciso que se desmanche e se dissolva
O que foi e não foi no que será nos dois.


Pablo Vinícius de Oliveira
14/05/2014

A necessidade e quando chove I e II

I

É preciso que chova
Que inunde, que faça água
Onde antes era seco

Que amanheça frio
Meio dia como se fosse seis da manhã
Que torres de nuvens se formem no horizonte
E que elas derramem sobre nós

É necessário que cresça a vida
E que por um momento deixe as defesas de lado
Que o cinza se perca e se desfaça na água
E que só se veja cor de acolhimento

É preciso que se desmanche e se dissolva
Todo o sofrimento em água.

Pablo Vinícius de Oliveira
14/05/2014

sábado, 10 de maio de 2014

O espetáculo da chuva e o espectador

Naqueles tempos passados
Quando caia as chuvas do inverno
Bem no meio do verão

Eu corria até a porta
E olhava aquelas ondas de pingos
Pareciam que dançavam no ar

O vento era seu ritmo
A terra era o palco
E nada ficava como era

Eu era apenas o espectador
Do maior espetáculo que vi no sertão
A dança das chuvas
E o inverno e a vida a nascer.


Pablo Vinícius de Oliveira
10/05/2014

terça-feira, 6 de maio de 2014

Rabiscos VI

Esse teu silêncio agressor
E essas tuas desculpas fracas
São bombas lançadas contra mim

Penso ser assim
A violência das guerras no oriente médio.


Pablo Vinícius de Oliveira
06/05/2014

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Eu queria ser prosa

Nessa poesia toda que você me joga
Eu queria mesmo ser prosa
A poesia dói, atormenta-me

Poesia é palavra para mim
Só me fala, e não te diz
Queria ser prosa
Decifrar com palavras
O mistério de beijar tua boca

Queria ser claro
E ainda ter milhões de saídas
Centenas de justificativas
E aquele argumento falacioso
Que nunca vi falhar

A poesia me liberta
Mas dela nunca me separo
Tudo que posso ser está nela
Na prosa eu posso ser tudo
E tudo pode ser em mim

A prosa é tática, estratégia e técnica
Mas a poesia é tudo que é verdade
Mesmo que nada exista
E que seja tudo inventado
A poesia é espontânea

A poesia é aquilo que acontece
Sem que eu interfira
É a minha natureza que grita
E dela eu não posso fugir.

Pablo Vinícius de Oliveira
05/05/2014

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Rabiscos V

O que eu queria sentir era saudade
Mas como ser saudade
Se você nunca esteve aqui?


Pablo Vinicius de Oliveira
02/05/2014

A poesia tem de fazer sentido.
Poema: Saudade de Bruno Costa.

Rabiscos IV

Existem muitas coisas
Feitas para você
Inclusive alguns “nãos”.


Pablo Vinicius de Oliveira
02/05/2014