quarta-feira, 4 de novembro de 2015

se tudo é liquido eu sou mar

quando inventaram de inventar a pós modernidade
e decidiram que a sós viveria o homem

logo foi dito que tudo era líquido sem doce
feito apenas de começo e fim, sem meio para durar

um punhado de lembranças diversas
que não valem a pena lembrar

inventei de inventar que sou teimoso
feito no efêmero me fiz sem pressa

na chuva incansável do líquido que é o mundo
me cobri de espaços e abri os braços

para que pudesse nos conter e contive
aqueles seus olhos sobre mim

mas se parece que nada é eterno mesmo enquanto dure
e a liquidez nas mãos ninguém guarda

me fiz de mar e você se fez de lar
e a gente se mora, se h(á mar)



Pablo Vinícius de Oliveira
02/11/2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

caminhos

tantos são os destinos
daqueles que levantam e saem de casa
uns vão a lua, outros viram a rua
outros tantos vão a lugar nenhum
poucos viajam o mundo
muito poucos viajam no próprio mundo
na frente o horizonte, o lugar para chegar
algo belo para ver

em todos os caminhos
sempre sou feliz se o destino é sua casa
todos os caminhos são belos quando o fim
são teus olhos sobre mim
meus olhos sobre os teus
minha mão a contornar teus montes
e banhar-me no teu rio
tudo é primavera
se os pássaros voam do teu sorrir



Pablo Vinícius de Oliveira
15/10/2015

[sem título]

você que é do ar
incendeia a mim
que sou de fogo

assim fomos
apenas sozinhos
juntos somos
nós, há mar.


Pablo Vinícius de Oliveira
23/09/2015

Quando ela acorda pela manhã...

quando ela acorda pela manhã
me levanta apressada
na cozinha logo faz o meu café
me chama depressa
porque o tempo não espera

deixe-a só, apenas isso
durma apenas ao teu lado.

e quando amanhece
toco seu corpo
com a ponta dos dedos
ela me sorrir e me beija

eu tenho medo
eu acho que nunca fui bom o bastante
mas ela me faz querer ser melhor

eu sou apenas um menino acuado
mas estou a um passo das estrelas.


Pablo Vinícius de Oliveira
21/09/2015

terça-feira, 15 de setembro de 2015

eu era pobre de alma...

nada tinha, nada era, e nada esperava
tudo era do acaso e pare ele
nada era meu, nem a vontade 
o presente era um fardo
o futuro? o que viesse
e o passado, para ser esquecido
meus planos eram o tanto faz

até que o teu sorriso encheu
de sentido os verbos que me moviam


Pablo Vinícius de Oliveira
15/09/2015

sábado, 12 de setembro de 2015

se teus beijos me calam a boca...

e gritar talvez seja mais um apelo
que a expressão extrema da vontade
se quando caminhamos em direção ao céu
sussurrar é nossa maneira de dizer ao outro
tudo aquilo que em nós transborda a alma
guardo as três palavras que me movem
para que sejam ditas ajoelhadas
aos pés dos teus ouvidos.


Pablo Vinícius de Oliveira
13/08/2015

guardo por perto...

o vinho que bebo no peito
e o gosto do desejo
que sinto do fundo
do teu mar
e de longe sinto o cheiro
te descubro e ele me domina
uma Iemanjá que me chama
pulo sete ondas e mergulho
sem ar eu me afogo
tua boca me salva
ouço o som das tuas ondas
soarem no meus ouvidos
a noite é muito curta
e a maré é alta.


Pablo Vinícius de Oliveira
18/07/2015

Rabiscos LI

te olho e rio
você me olha e ri

nos tocamos e rio


Pablo Vinícius de Oliveira
13/07/2015

se o homem foi a lua...


colombo chegou a américa
e Pedro Álvares as terras brasilis
se em 40 dias alguém
deu a volta ao mundo

se por 6 meses
minhas mãos sonharam
em segurar as tuas
e mesmo parecendo
tão longe de ser real
não houve desistência

se tão grande é essa saudade
que os 286km que nos separam
são maiores que outros 3.000km
que encurtamos há tão pouco tempo

se tantas distâncias
foram quebradas
transformadas em braços
que se abraçam
e bocas que se beijam

eu espero e conto cada minuto
para que teu sorriso de liberdade
encha (novamente) de dádivas os meus dias.




Pablo Vinícius de Oliveira
03/07/2015

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sobre a dedicatória

Neruda não está mais entre nós
mas deixou toda sua obra
e das tuas mãos recebi do amor
os seus 100 sonetos de devoção

quantos corações apaixonados
e casais que se encontraram
tão belos sonetos encantaram?

a nós também Neruda encantou
falou do teu riso como se o conhecesse
da dadiva que foi te encontrar
como se fosse dele toda minha sorte

mas não houve nada tão belo
poema tão encantador
ou palavras tão cheias de magia

como aquelas letrinhas
pequenas feito os meus dedos
que se encontram na parte de trás
daquele livro de sonetos


Pablo Vinícius de Oliveira
20/06/2015

Rabiscos L

Leio os poemas que te escrevi
Poemas que sorriem
Versos que me olham
E tive uma forte sensação
De que você me abraçava forte, 
Me cheirava o pescoço 
E dizia: estou aqui.


Pablo Vinícius de Oliveira
20/06/2015

[sem titulo]

Quando por um instante me distraio
(e isso acontece tanto quanto respiro)
teu nome ecoa na minha mente
como se o vento o trouxesse até mim
tua imagem surge num piscar de olhos
e por um momento tenho a impressão
de que te toco com a ponta dos dedos
e parece que chove e tudo é banhado
pela enxurrada de você em mim.


Pablo Vinícius de Oliveira
12/06/2015

Poema do avião

Para encontrar teus lábios
quantas solidões percorri
pelas ruas de São Paulo?

foi em vão todas as vezes
que vi teu rosto refletido
nos rostos alheios

ou as vezes que te senti presente
ou que tinha sido feito para você
todas as encantadoras obras
do homem e da natureza

percorrerei agora
tantos mil quilômetros
de saudade

pra te esperar com a ansiedade
de um filho que espera uma mãe

e te encontrar como dois amantes
sem compromisso com o tempo

guardar-te em meus braços
s sem temer, unir nossos corpos
para toda a eternidade daquele momento.



Pablo Vinícius de Oliveira
05/06/2015

São Paulo III

I
Falta algo de luz e brilho
no céu de São Paulo
mas não me admiro

é em Natal que mora
o teu sorriso

II
Chove em Natal
e chove em São Paulo

como faz falta o teu sorriso

III
Chove em São Paulo
e chove em Natal
nenhum dos pingos
molham meus dedos

a única chuva que me inunda
os dedos
são as tuas.


Pablo Vinícius de Oliveira
Albéria C.
02/06/2015

São Paulo II

qualquer caminho que eu faça
linha azul em direção a praza da sé
São Bernardo/Jabaquara
sempre acho um caminho triste
quase tudo existe no asfalto da cidade
mas não são teus braços que me esperam
no fim das linhas cruzadas do metrô

a chuva que não molha
os prédios para os carros
ou mesmo as pessoas
que moram nas ruas
qualquer coisa acho
no concreto de Pão Paulo
mas não são qualquer coisa os teus olhos.
de noite de estrela
que me guardam a luz do dia
ou a pele pintada
de constelações e galáxias
onde ligo os pontos
com a ponta dos dedos

tudo aqui me leva para o nada
de nada em nada não vejo a hora
de voar de volta para tuas asas que me guardam


Pablo Vinícius de Oliveira
01/06/2015

São Paulo I

São Paulo, tuas varias facetas
teu jeito fácil de juntar
as coisas diversas
você é muitos sendo apenas um
transforma em seu aquilo que não criou
o encanto de ao cantar Caetano
atravessar a São João com a Ipiranga

nem isso me faz esquecer a cidade do Sol
nada que você me der
será melhor do que o que me espera
o seu tudo, São Paulo, é meu nada
teu céu não tem aqueles olhos
de noite estrelada.


Pablo Vinicius de Oliveira
31/05/2015 
Quando o 10/29
aponta na rua do inferno
as 10h15min da noite
sempre acho que teus cabelos esvoaçados
vão descer da porta de trás
da lata de sardinhas gigante
libertando-se do emaranhado
de mãos para o alto e pés que se pisam
para prender-se no entrelaçado
dos meus dedos de minha mão pequena
por vezes erro e tenho que ir para casa
contentar-me com letras que se comunicam por uma tela
quando estou certo
também sei que esperar valeu a pena


Pablo Vinícius de Oliveira
26/05/2015

Mar e Sertão

O mar estende-se por todos os continentes
a imensidão de água sem fim
de tantos mares, de tantos lugares
que muda com a lua

o sertão é forte
tem sede de tanta coisa
mas nunca se entrega a falta
se preciso for, parte, mas volta

em algum lugar do planeta
os dois se encontram
e mesmo sem perceber
tem muito mais em comum
do que imaginam


Pablo Vinícius de Oliveira
**/05/2015

sábado, 23 de maio de 2015

Rabiscos XLIX

Das poucas coisas que sei
a que tenho mais certeza
é que não consigo ficar longe de você.



Pablo Vinícius de Oliveira
23/05/2015

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O nome da poesia

Quando termino um poema
sempre caio em um grande problema:
que título deve levar aquele escrito?
por vezes não sei e termino
por não dar título algum 

diferente disso
minha maior poesia 
também não tem titulo
tem nome, 
Albéria é o nome dela

Pablo Vinícius de Oliveira 

22/05/2015

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A morte da juventude

De todas os sonhos que um dia tive
poucos cultivei quando enterrei
e fechei com pedras de mármore
a juventude que tinha

das coisas mais belas
que vi quando vivi
ou mesmo quando fechei os olhos
da juventude eu lembro em todas

quando, mesmo sem querer
a enterrei
em sua lapide escrevi
ao menos para lembrar
que um dia me encantei

"levo comigo o que de te sobrou:
tua lembrança."


Pablo Vinícius de Oliveira
20/05/2015

Por inveja

Quão seco é este mundo
que te adoece
te irrita os olhos
tão cheios de chuva e sol
ferve teu corpo
e não serve para te prazer?

Quão cruel é este mundo
que nos separa
nos deixa longe
no primeiro mês de estrada
e me põe uma barreira na razão

Por pura inveja
o mundo te adoeceu
quis impedir que fossemos
o contra ponto a tanta guerra e miséria.

Mas se me distancio do teu corpo
levo com você minha alma
e pinto de cor e lirismo
as vias cinzas por onde passo.


Pablo Vinícius de Oliveira
16/05/2015

Rabiscos XLVIII

A noite quando juntos
chovemos
inundam-me os dedos


Pablo Vinícius de Oliveira
11/05/2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Uma rosa nunca é só uma rosa

Uma rosa nunca é só uma rosa
não se ela é dada por um poeta
e principalmente se quem a recebe
for toda poesia
Ela carrega em suas pétalas vermelhas
o que não é dito por palavras
as entrelinhas do poema
o que é expresso no olhar
quando os olhos se cruzam
A rosa é o sentido dos astros
talvez numa destas estrelas seja teu lar
por isso deito sob a noite
a ver a constelação do teu sorriso
meu contrato de responsabilidade
e minha volta garantida
já que criamos laços em nós

Uma rosa nunca é só uma rosa
não quando o poeta a dar a sua musa.



Pablo Vinícius de Oliveira
10/05/2015

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Exagero

Se com você fui só exagero
é porque é isso que sei ser de melhor

exagerado

talvez abrisse oceanos
se isso poderes fosse

mas tudo que consigo abrir
é uma porta quando não esqueço a chave
ou meu coração afoito e louco
para você fazer morada

contudo, perdoe-me a insensatez
o desequilíbrio que me faz cair da vida
os passos tortos que dei
no caminho de te encontrar

perdoe este jovem que não aprendeu a sentir

mas que quis dizer aos ventos
que achou motivo para sorrir


Pablo Vinícius de Oliveira
05/05/2015

terça-feira, 5 de maio de 2015

Desvendar

Quando meu corpo atinge o verão
É sinal de que próximo estou
De lavar minhas mãos
Em tuas nascentes

De lá por entre as tuas clareiras
Eu mesmo traço o caminho do rio
Contando de norte a sul as terras que desvendo

Atravesso as pontes
E dos teus montes
Vejo o céu do desejo

No final de minha jornada
Quando no ápice do caminho percorrido
Eu encontro os sons da volúpia

Em um momento divino
Meus dedos contornam os limites do céu e da terra
Tocando como que de perto
Os horizontes das terras descobertas


Pablo Vinícius de Oliveira
30/04/2015

O mar não descansa.

Há mar
e ele não tira folga
é um trabalhador sem férias
imensidão incansável
constante ir e vir

Teus olhos
são imensidão sem fim
são faróis a beira mar a brilhar
e chamam e direcionam
o meu olhar na tua
direção  

Se há mar
ele não cansa
me pega e balança
me joga de lá para cá
o barco em que navego
ancorei no teu sorriso
e fiz morada

foi nas tuas ondas
que perdi minha direção
na infinitude do mar dos teus olhos
eu mergulhei de antemão

não precisei voltar
de ninguém para ser salvo
e se o mar gigante não descansa
por que eu na minha insignificância
tiraria meus olhos do infinito
dos teus?


Pablo Vinícius de Oliveira
Albéria Claudino
25/04/2015

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Rabiscos XLVII

O papel agora está parado
converso com você
e tenho a impressão de ter escrito
centenas de poesias.


Pablo Vinícius de Oliveira
21/04/2015

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Ilustração - Rabiscos XXXII


Rabiscos XLVI

Pensei que grande era a eternidade
dos dois dias que fiquei sem falar com você

Contudo, percebi que não tive eternidade maior
que as duas horas que ficamos juntos.


Pablo Vinícius de Oliveira
17/04/2015

quarta-feira, 15 de abril de 2015

[sem título]

Na rua das flores
perto do marco da liberdade
um jovem pobre e negro
é amarrado a um poste e espancado

- Mata o marginal!!!
grita o homem de bem
ao abrir o vidro do seu carro importado
para saber o que é este aglomerado de gente

O pobre jovem negro
roubara um celular
era como ele tentava compensar
a infância, a vida, a paz
que lhe roubaram antes de nascer

Do outro lado da cidade
10 mil pessoa descem a avenida
que dá na praia dos amores
numa manifestação pacífica
eles pedem a volta do medo

Sinto-me culpado
onde estava eu quando
por votação expressiva
o congresso legalizou o ódio?


Pablo Vinícius de Oliveira
13/04/2014

sábado, 4 de abril de 2015

Rabiscos XLV

Dos sotaques das coisas
Gosto daqueles que falam
Com o coração


Pablo Vinícius de Oliveira
28/03/2015

Rabiscos XLIV

Vendo nas feirinhas
cadernos artesanais
feitos com todos papeis que fiz


Pablo Vinícius de Oliveira
13/03/2015

Rabiscos XLIII

O ego das pessoas é tão grande
que elas simplesmente ignoram as outras
quando entram nos ônibus.


Pablo Vinícius de Oliveira
13/03/2015