quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sobre a dedicatória

Neruda não está mais entre nós
mas deixou toda sua obra
e das tuas mãos recebi do amor
os seus 100 sonetos de devoção

quantos corações apaixonados
e casais que se encontraram
tão belos sonetos encantaram?

a nós também Neruda encantou
falou do teu riso como se o conhecesse
da dadiva que foi te encontrar
como se fosse dele toda minha sorte

mas não houve nada tão belo
poema tão encantador
ou palavras tão cheias de magia

como aquelas letrinhas
pequenas feito os meus dedos
que se encontram na parte de trás
daquele livro de sonetos


Pablo Vinícius de Oliveira
20/06/2015

Rabiscos L

Leio os poemas que te escrevi
Poemas que sorriem
Versos que me olham
E tive uma forte sensação
De que você me abraçava forte, 
Me cheirava o pescoço 
E dizia: estou aqui.


Pablo Vinícius de Oliveira
20/06/2015

[sem titulo]

Quando por um instante me distraio
(e isso acontece tanto quanto respiro)
teu nome ecoa na minha mente
como se o vento o trouxesse até mim
tua imagem surge num piscar de olhos
e por um momento tenho a impressão
de que te toco com a ponta dos dedos
e parece que chove e tudo é banhado
pela enxurrada de você em mim.


Pablo Vinícius de Oliveira
12/06/2015

Poema do avião

Para encontrar teus lábios
quantas solidões percorri
pelas ruas de São Paulo?

foi em vão todas as vezes
que vi teu rosto refletido
nos rostos alheios

ou as vezes que te senti presente
ou que tinha sido feito para você
todas as encantadoras obras
do homem e da natureza

percorrerei agora
tantos mil quilômetros
de saudade

pra te esperar com a ansiedade
de um filho que espera uma mãe

e te encontrar como dois amantes
sem compromisso com o tempo

guardar-te em meus braços
s sem temer, unir nossos corpos
para toda a eternidade daquele momento.



Pablo Vinícius de Oliveira
05/06/2015

São Paulo III

I
Falta algo de luz e brilho
no céu de São Paulo
mas não me admiro

é em Natal que mora
o teu sorriso

II
Chove em Natal
e chove em São Paulo

como faz falta o teu sorriso

III
Chove em São Paulo
e chove em Natal
nenhum dos pingos
molham meus dedos

a única chuva que me inunda
os dedos
são as tuas.


Pablo Vinícius de Oliveira
Albéria C.
02/06/2015

São Paulo II

qualquer caminho que eu faça
linha azul em direção a praza da sé
São Bernardo/Jabaquara
sempre acho um caminho triste
quase tudo existe no asfalto da cidade
mas não são teus braços que me esperam
no fim das linhas cruzadas do metrô

a chuva que não molha
os prédios para os carros
ou mesmo as pessoas
que moram nas ruas
qualquer coisa acho
no concreto de Pão Paulo
mas não são qualquer coisa os teus olhos.
de noite de estrela
que me guardam a luz do dia
ou a pele pintada
de constelações e galáxias
onde ligo os pontos
com a ponta dos dedos

tudo aqui me leva para o nada
de nada em nada não vejo a hora
de voar de volta para tuas asas que me guardam


Pablo Vinícius de Oliveira
01/06/2015

São Paulo I

São Paulo, tuas varias facetas
teu jeito fácil de juntar
as coisas diversas
você é muitos sendo apenas um
transforma em seu aquilo que não criou
o encanto de ao cantar Caetano
atravessar a São João com a Ipiranga

nem isso me faz esquecer a cidade do Sol
nada que você me der
será melhor do que o que me espera
o seu tudo, São Paulo, é meu nada
teu céu não tem aqueles olhos
de noite estrelada.


Pablo Vinicius de Oliveira
31/05/2015 
Quando o 10/29
aponta na rua do inferno
as 10h15min da noite
sempre acho que teus cabelos esvoaçados
vão descer da porta de trás
da lata de sardinhas gigante
libertando-se do emaranhado
de mãos para o alto e pés que se pisam
para prender-se no entrelaçado
dos meus dedos de minha mão pequena
por vezes erro e tenho que ir para casa
contentar-me com letras que se comunicam por uma tela
quando estou certo
também sei que esperar valeu a pena


Pablo Vinícius de Oliveira
26/05/2015

Mar e Sertão

O mar estende-se por todos os continentes
a imensidão de água sem fim
de tantos mares, de tantos lugares
que muda com a lua

o sertão é forte
tem sede de tanta coisa
mas nunca se entrega a falta
se preciso for, parte, mas volta

em algum lugar do planeta
os dois se encontram
e mesmo sem perceber
tem muito mais em comum
do que imaginam


Pablo Vinícius de Oliveira
**/05/2015