quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Um poema para este momento

Fui buscar meu caderno
Para escrever para você
Dizer-lhe qualquer coisa boba
Para não lhe deixar só

Fui buscar o que não tinha
Na minha mente vazia
Nessa minha vida monótona

Passei o dia sofrendo com o nada
Com silêncio apavorante do mundo
E com o barulho ensurdecedor
Dos meus pensamentos

Da minha mente que trabalha tanto
Que não sobra tempo para nada
Que não me deixa fazer nada
Acha que todo tempo é para ela pensar

Mas o que importa
É que a poesia renasce
Minha poesia que é de momento
Tem seu momento agora

Chora, sofre
Mas não esquece
A vida é esse instante.


Pablo Vinícius de Oliveira
27/02/2014

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Essa é a hora

Não foi delírio
Sonho ou coisa do tipo
São falsos sentidos
Com um pingo de verdade

É a hora, a chance
Quem sabe?
A hora de dizer:
Vou nessa.

Não sou mais que uma gota d’água
Um capricho do universo
Para criar mais um
Mas posso sentir

Posso escolher
E agora escolhi ser outro
Ser qualquer um

Escolhi tomar minhas próprias decisões
Escolher minha roupa

Jogar as cartas fora

É a hora de dar o primeiro passo
Todo o céu transborda
Todo o universo chora
Essa é a hora.


Pablo Vinícius de Oliveira
25/02/2014

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Poema de um inerte

Falta coragem,
Falta reciprocidade,
Falta juízo,
Falta tudo.
Só não falta vontade.

Já faz mais de uma semana.
Ela continua lá.

Eu a vejo todos os dias
Por trás dessa janela.
Será que ela me espera?


Pablo Vinícius de Oliveira
Lucas Alves
23/02/2014

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Para não ser comum

Hoje chorarei todos os leites derramados
Lamentarei toda essa vida mal vivida

Hoje quebrarei todos os vasos ruins
E me embriagarei com o vinho mais barato

Quebrarei esses padrões mesquinhos
Todas essas regras bobas

Jogarei pedras na lua
Atravessarei a rua sem olhar de lado

Hoje eu quero tudo
Mesmo sabendo que nada é possível

Neste momento eu mergulho de cabeça
Numa paixão de fim de semana

Amarei sem medo e sem medida

Porque o amor não é mal-assombrado
Assim como são as casas e as pessoas

Hoje chove no Saara
E chove no meu coração

Porque o padrão de ser feliz
Eu também quebrei.


Pablo Vinícius de Oliveira
23/02/2014

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Você iria entender?

Eu poderia escrever um milhão de poesias
Poderia lhe dizer com inúmeras palavras

Você iria entender?

Você iria entender minha ridiculez?
Meu sentimento que não precisa de muito?

Essa minha insensatez
De querer o que está longe?

Longe de ser possível

Meu sentimento é sem controle
E eu não quero controla-lo

Mas as coisas acontecem
E de uma hora para outra
Elas também desaparecem

E isso é o mais triste
Deixar ele se dissipar no ar.


Pablo Vinícius de Oliveira
21/02/2014

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Que eu me embriague e esqueça

O melhor é tomar uma cerveja
E esquecer isso
Esquecer tudo

Esquecer qualquer coisa bela
Qualquer coisa que encante
Espante, ou me lembre ela

Deixar esse mundo pra lá
Para os outros
Eles sabem vivê-lo

É melhor que eu ouça
Chico Buarque e não sinta nada
Que Vinicius não toque minha alma

É melhor que eu não seja eu
Que eu seja um comum
Mais um, eles são felizes

É melhor para o mundo
Para esse mundo raso e vazio
Só é triste para mim

Que eu me embriague
Para que eu possa esquecer

Para que eu possa esquecer
Que pensei isso.

Pablo Vinícius de Oliveira
15/02/2014

Poema de desabafo

Todo dia eu já acordo perdido
Sonhei com você
E acordei só

Você sumiu

Se saio
Onde te encontro?
Onde me encontro?

Acho que você não entendeu meu recado
Pelo menos é nisso que quero acreditar

Pois há semanas
O meu coração só chove
Só chora, só corre.
Socorre-me.


Pablo Vinícius de Oliveira
14/02/2014


Obs: desenho de Pablo Vinícius de Oliveira do dia 13/02/2014.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Quando se pronunciar

O amor para mim não é segredo
Do amor não tenho medo
Ele é o que inspira

Tudo que meus olhos podem tocar
Transborda pelo meu contentamento

Se o negam quando indagados
Eu faço questão de o inventar

Em mim ele se mostra no pouco
No pequeno, tímido, escasso
Infinito

Ele está em mim
Exposto feito obra de arte
Parte livre de angustia

Então não estranhe
Se ele se pronunciar
E disser que lhe ama.


Pablo Vinicius de Oliveira
13/02/2014

Rabiscos I



Uma parede branca
Tinta e Pincel

O resto é deixa-se criar.





Pablo Vinicius de Oliveira
03/02/2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Falo do amor, pois dele não sei nada

Falo do amor
Pois dele não sei nada
Sobre o amor eu ouço todos
Mas de mim ele só escapa

Sobre o amor
Não sou amante
Sou amador

Já perdi a noção
Se amar é pouco ou muito
Já perdi as contas
De quantos padrões deixei

Se amar é coisa de gente grande
Se vem com o tempo
Se é chama
Ou eterno alento

O amor da vida toda
Ou o amor da semana
Sexta, Sábado e cama
Amor de carnaval

Falo de amor
Pois dele só suponho
Supor não é saber
É querer.


Pablo Vinícius de Oliveira
11/02/2014 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Que seja

Sempre que sinto
Ele é intenso
É desejo
Não tem medo
Destrói-me
Mas me faz
Cada dia um novo

A ele não me nego um minuto
Nem tento barra-lo
Eu o chamo

Ele não tem intensidade
O menor já é por completo
Completa-me

Que me devaste
Que seja tempestade
Mas que faça Sol
Que seja o meu Sol

Que seja
Enquanto for bom
Que nunca me deixe
Transforme-se no novo

Seja rio
Mar
Correnteza

Não me esqueça
Devore-me
Torne-me nobre

E se dele eu falar
Que não seja em vão
Que seja poesia

Pablo Vinícius de Oliveira
09/02/2014

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Toda mesa de bar é um divã

Toda mesa de bar é um divã
onde amigos e poetas
vomitam angústias, sonhos e versos
onde o tempo é interditado
e portanto a vida
a mesa de bar
é residência fixa da nostalgia
e do seu reverso
onde a covardia se veste de Dom Quixote
até que a alvorada anuncia o fim da fantasia
expondo o relógio da vida
e revelando o medo da realidade
toda mesa de bar é um divã
pois que a morte é certa
e a vida é vã
Bruno Costa
07/02/2014


PS: Comentário feito na postagem No Bar pelo poeta e amigo Bruno

Ser poeta

Poucas coisas são
Muitas só estão

Mas o poeta é

Não importa quando
Onde ou por que

O poeta é.



Pablo Vinicius de Oliveira
07/02/2014

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Passo por tudo até ela chegar

Passo tudo
Por cima
Por baixo
Passatempo
Passo a vez

Só esperando a hora
Agora
Demora
Vou embora
Me ignora

Espero outra vez

Não tem hora
Tomo tudo de volta
Pra ver se tomo coragem
Vergonha demais foi o que tomei

E o que não deveria passar
Passou

Espero voltar

Durmo...
Acordo...

Já foi tarde

Passo a pagina
Passo os carros
Passo frio

Ela chegou!


Pablo Vinícius de Oliveira
06/02/2014 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

No bar

Toda mesa de bar
É um campo de incontáveis solidões

– Mais uma.

É o pedido por mais
Mais tempo sozinho

Os copos brindam
Uma pausa para um contato

Muitas conversas
Tantas gargalhadas
Mas por onde andam
Tantas mentes embriagadas?

Elas fervem
Alimentadas por garrafas
Geladas de cerveja

Um copo
Outro copo
E a mente se dispersa
Incontrolável!

Alguém:
Empresta-me o isqueiro?

– Toma, acende teu cigarro

Mas não me traz de volta pro mundo
Não agora.



Pablo Vinícius de Oliveira
03/02/2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Escrevo porque falta


Escrevo
Porque você não está aqui
Talvez nunca esteja
Escrevo
Porque é assim que eu choro
Que consigo sobreviver
Escrevo
Porque transbordo
Porque não sou tudo
Nem quero ser
Escrevo
Porque falta
E eu nunca estou completo

A menina
A esquina
Os caminhos que não fiz
As palavras que não disse
Nem mesmo escrevi
Os beijos que não roubei
Aquilo que não sonhei
Livros que não li
O mundo
A música
A rua
A Lua
O que me encanta
O que faz meus olhos brilharem
As ilusões que não perdi

Porque isso me falta
Escrevo.

Pablo Vinícius de Oliveira
30/01/2014