quarta-feira, 4 de novembro de 2015

se tudo é liquido eu sou mar

quando inventaram de inventar a pós modernidade
e decidiram que a sós viveria o homem

logo foi dito que tudo era líquido sem doce
feito apenas de começo e fim, sem meio para durar

um punhado de lembranças diversas
que não valem a pena lembrar

inventei de inventar que sou teimoso
feito no efêmero me fiz sem pressa

na chuva incansável do líquido que é o mundo
me cobri de espaços e abri os braços

para que pudesse nos conter e contive
aqueles seus olhos sobre mim

mas se parece que nada é eterno mesmo enquanto dure
e a liquidez nas mãos ninguém guarda

me fiz de mar e você se fez de lar
e a gente se mora, se h(á mar)



Pablo Vinícius de Oliveira
02/11/2015