terça-feira, 29 de julho de 2014

Rabiscos XXI

Certas desilusões amorosas
eu curo com duas cervejas
e quatro músicas do Djavan
Contudo, o amor que eu sinto
pela menina do carrinho de bonecas
cura-me do ceticismo na humanidade.


Pablo Vinícius de Oliveira
29/072014

domingo, 27 de julho de 2014

De aniversário e saudade

Existe entre o sul e o norte
Uma linha de amor que os une
Invisível para aqueles que não têm
Em seus corações uma falta imensa

O tempo vai passando sem trégua
Horas, dias, meses, anos de experiências
O corpo que reclame, a alma que não envelheça
Para não passarmos só de passagem pela vida

A nossa vida não tem nada de ficção de cinema
É a pura realidade feita de bens e males
Feita de opostos que se conflitam

Feita de amor e saudade, unindo na distancia
Os corações daqueles que se querem perto
Em um abraço de milhares de quilômetros.

Pablo Vinícius de Oliveira
 27/07/2014

Pelo aniversário de Luísa.

sábado, 26 de julho de 2014

Rabiscos XX

Quando amanhece o dia
E a luz do Sol corta a escuridão
Eu ainda permaneço
O dia nasce
Vida nova para aqueles que dormiram

Não há nada novo...
Em mim existe apenas a velha e permanente ausência.


Pablo Vinícius de Oliveira
25/07/2014

Rabiscos XIX

Amar-te é minha única defesa
É saber que não te tenho
Que me permite ter tudo
Com o doce sabor do agora
Sem o medo de chorar na despedida.


Pablo Vinícius de Oliveira
25/07/2014

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Rabiscos XVIII

Que eu me cale agora
E não tente mais dizer
O que palavra nenhuma expressa
Não há palavras para o vazio interior.


Pablo Vinícius de Oliveira
24/07/2014

terça-feira, 22 de julho de 2014

Destes dias

Agora Israel ataca a palestina
Tropas de ocupação e armas de destruição
As vítimas são civis inocentes
Crianças, mulheres, idosos

Um avião de passageiros é derrubado
Na fronteira da Ucrânia com a Rússia
298 pessoas morreram
Entre eles especialistas no vírus da AIDS

Em menos de dois dias
Dois dos maiores escritores brasileiros
Partem desta vida, um deles
O homem que amava os ipês amarelos

Ativistas são presos no rio
Em clara ação antidemocrática
Policiais chamam bombas de livros
Não duvido que para eles sejam

Senti todas essas percas
Sofro pela palestina
Pela falta de soberania das nações
Pelas pessoas que morreram naquele avião

Penso nos pesquisadores e na cura da AIDS
Nas crianças mortas nos ataques
Na falta que vai fazer Rubem Alves
Nos companheiros presos e criminalizados

Mas sofro mesmo com tua falta, a falta de tuas palavras
E o vazio imenso deste silêncio que nos separa.


Pablo Vinícius de Oliveira
22/07/2014

sábado, 19 de julho de 2014

Rabiscos XVII

Eu sempre chego na hora errada
Sempre me atraso
Seja na universidade, no barzinho
Ou no amor.


Pablo Vinícius de Oliveira
19/07/2014

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Rabiscos XVI

O planeta é enorme
E existe uma infinidade de lugares para se visitar
Ainda assim, a única coisa que penso em conhecer
São os pequenos sinais do teu corpo.


Pablo Vinícius de Oliveira
18/07/2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

No meio de todo silêncio, eu ouvia teu nome

Hoje eu acordei cedo
pulei da cama e vesti rápido minha roupa
peguei logo o ônibus, na verdade foram dois
cruzei metade da cidade
Sentado no banco ao lado da janela
eu observei em silêncio todo o caminho
Entrei pela rota do sol
desci na praia
caminhei pela orla
olhei aquele mar imenso
e tudo que ouvi a cidade me falar o caminho todo
foi o teu nome
E não havia nada mais belo para ser dito.


Pablo Vinícius de Oliveira
16/07/2014

terça-feira, 15 de julho de 2014

Em que tempo?

Acabaram as férias
As festas do mês de junho
As fogueiras nos dias santos

O tempo passou voando
O tempo que não perdoa quem o perde

Eu não entendo nada do tempo
Eu não o tenho
Eu acho que o controlo
Mas não tenho um segundo sequer

E ainda insisto em dar tempo
Deve ser por isso que sempre perco
Pois não posso dar o que não é meu

As pessoas dizer que tudo tem seu tempo
Como eu posso não ter tempo para nada?

Me resta uma pergunta
Quando começa o tempo de nós?

Eu espero chegar o que ainda não tenho
A cada dia novo tormento
Não chega a hora, não tem tempo

Eu dou um tempo
Eu penso, eu me engano
Que tempo é esse que não chega
E se chega, não existe?

Talvez eu não deva confiar no tempo
Talvez não tenha momento
Talvez tudo seja agora.

Temo, apenas, ter perdido a hora.


Pablo Vinícius de Oliveira
15/07/2014

sábado, 5 de julho de 2014

Angústia

Eu não quero mais procurar
As ruas por onde ando são sujas, são tristes
Não quero mais me perder pelas vielas
Com cor de “não me quer”

Eu sei onde me encontrar
Mas não sei por quanto tempo
Não sei até quando vou olhar este muro alto
Parede sem vida, sem alma, intransponível à sua direção

É preciso que eu supere tua insistência, tua cegueira
É preciso que eu supere este abismo
No qual flutuo perigosamente acima

Talvez não haja mais nós
E este abismo no qual acho que flutuo
Já me tenha em queda livre.

Pablo Vinícius de Oliveira
05/07/2014