sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Sobre perder


Se eu deixar de acreditar
Será que isso tudo deixa de ser verdade?

Não sabemos o quanto a vida é preciosa
Não percebemos que ela é a única coisa que importa

Mas ela não vale nada

Ela é fria, imóvel
Uma bomba a ponto de explodir

A vida é cruel, é fraca
Um fio de cabelo equilibrado numa navalha

É bom que isso tudo tenha sentido
Não haverá nada mais cruel
Que viver e morrer para o nada

Se tudo é um ciclo
Já está passando da hora dele se fechar.


Pablo Vinícius de Oliveira
31/01/2014

Por todos aqueles que perdi, para o infinito ou para o nada.


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Depois de ter você

Depois de ter você
Pra que querer saber
Que horas são?

Se é noite ou faz calor
Se estamos no verão
Se o sol virá ou não
Ou pra que é que serve
Uma canção como essa?

Depois de ter você
Poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas
Pra que amendoeiras pelas ruas?
Pra que servem as ruas?
Depois de ter você...

Composição:
Adriana Calcanhotto.

Esta música e esta interpretação foram inspiração para a ultima poesia.



Antes de ter você

Ainda pode ser
Porque você ainda está aí

Porque as primaveras
São invernos para o meu coração
Se eu não te tenho
Porque as coisas não fazem sentido
A lua, a rua
A chuva, a alegria
Esses pássaros que voam
O que são?

Porque escrevo solidão
Respiro vazio
E tenho saudade de você
Que ainda não tive

Se sem você falta sentido
Com você nem do tempo preciso mais

Pra que todo o resto
Depois de ter você?


Pablo Vinícius de oliveira 
28/01/2014

sábado, 25 de janeiro de 2014

O meu amor me liberta - Imagem



Foto: Pablo Vinícius de oliveira

O meu amor me liberta

Poesia de outrora.
Eu só queria um tempo
Um acordo de paz
Um ouvido que ouvisse
Uma voz que dissesse: eu entendo!

Meu nome escrito na calçada da sua casa
Com minha própria fonte.

Os fatos antes das acusações
Um princípio que dissesse:
Ele é inocente, até que provem o contrario.

Eu queria “dever” menos
Só assim não me “cobraria” tanto.

Braços abertos
Que recebessem meu corpo
Sem nenhuma restrição
Um sorriso a cada despedida.

Demonstrações privadas de afeto
Perguntas comuns como:
“você está bem?” ou “como vai você?”
Só pelo fato de estar preocupada.

Um “cuide-se” que significasse:
Cuide bem de sua vida.

Eu não queria tudo
Queria sempre que sobrasse
Um pouquinho para amanhã.

Eu queria asas e todo o céu para voar
Queria o ar pra respirar
Porque o meu amor me liberta
(Mas o seu amor me sufoca)


Pablo Vinícius de Oliveira
29-08-2012, 6h55min.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Invenção


Se você não sabe
É porque eu lhe inventei
Lhe fiz ao meu gosto

Os amores são assim
Todos inventados

O que falta aos amores
Para que eles se construam?
Para o meu falta apenas
Alguns “oi”, palavras trocadas

Faltam superações e percas
Falta, sobretudo, um começo.


Pablo Vinícius de Oliveira
23/01/2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

Apague a luz.


Nem toda imagem quer ser refletida
Ou pelo menos não deveria
Nem toda boca quer comida
No mínimo não só.

É muito claro que a vida
Não é tão obvia
E o que é tão obvio
Talvez não esteja tão claro

Nada aqui é justo
É no máximo adequado

Às vezes está claro demais
Tão claro que incomoda
E a gente deixa pra lá
Ignora, finge nem saber

Por não saber
Acendo mais a luz
Mas a única coisa que se quer
É, de fato, apaga-las
(nós dois).


Pablo Vinicius de Oliveira
 20-01-2014