terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

No bar

Toda mesa de bar
É um campo de incontáveis solidões

– Mais uma.

É o pedido por mais
Mais tempo sozinho

Os copos brindam
Uma pausa para um contato

Muitas conversas
Tantas gargalhadas
Mas por onde andam
Tantas mentes embriagadas?

Elas fervem
Alimentadas por garrafas
Geladas de cerveja

Um copo
Outro copo
E a mente se dispersa
Incontrolável!

Alguém:
Empresta-me o isqueiro?

– Toma, acende teu cigarro

Mas não me traz de volta pro mundo
Não agora.



Pablo Vinícius de Oliveira
03/02/2014

3 comentários:

  1. Será que eu estava na mesa do bar que inspirou essa poesia?!

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    1. Claro, talvez o isqueiro seja o seu, talvez a mesa seja a nossa, talvez essa solidão seja meu autismo pós bebida. rsrsrs

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  2. Toda mesa de bar é um divã
    onde amigos e poetas
    vomitam angústias, sonhos e versos
    onde o tempo é interditado
    e portanto a vida
    a mesa de bar
    é residência fixa da nostalgia
    e do seu reverso
    onde a covardia se veste de Dom Quixote
    até que a alvorada anuncia o fim da fantasia
    expondo o relógio da vida
    e revelando o medo da realidade
    toda mesa de bar é um divã
    pois que a morte é certa
    e a vida é vã

    Bruno Costa

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