quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A violência de um silêncio

O silêncio é o vazio
É difícil pensar o vazio como algo
O vazio do silêncio pode ser muita coisa
Uma das principais é ser violento

O mundo todo procura 43 estudantes desaparecidos
O Governo Mexicano silencia
Neste silêncio estão presentes
Tudo que foi praticado contra os desaparecidos
E a conveniência assassina do governo
Para este silêncio a voz indignada das ruas

O som de uma explosão nuclear
Atinge 480 km de distancia
O quão devastador não é essa explosão?
Mas penso no silêncio depois dela
Em todas as vozes que foram caladas
E na eternidade que este silêncio se tornou
Imagino a única voz que não silenciou dizendo:
“Meu Deus, o que foi que nós fizemos?”

O filho que olha para o pai
E na pura inocência pede aquilo que não tem
 – Pai, estou com fome!
Não há nada mais para ser dito entre os dois
Neste silêncio ouço apenas o choro interno
De uma alma incapaz

O silêncio poético das palavras que se calam nas folhas de um caderno
O silencio das inúmeras tentativas de se conversar
A eternidade entre o “oi” e a resposta
O silêncio da voz e o barulho ensurdecedor de um coração
O silêncio da falta das palavras, das minhas e das suas.


Pablo Vinícius de Oliveira
26/11/2014

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