quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Não

Os dedos que tocam os lábios
Antes que a outra boca os toque
As mãos que tocam o rosto
Dizendo-te “acorde”

E o não...
Não, não, não, nãããããooo!

Não toque
Não faça
Não se toque
Não me toque
Não se faça

Esqueça, esqueça tudo

Não deixe que aconteça
E não faça acontecer
Não abra a porta
Tranque sua alma
Prendam-na na masmorra mais escura
Jogue a chave fora

Siga, igual
Um, dois, três, quatro

Matem-no, matem-no

Antes que ele escreva
Mais um poema



Pablo Vinícius de Oliveira
05/11/2014

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